Um Natal de esperança



O Natal é um tempo especial do ano em que o Mistério bate à nossa porta. Um pouco por todo o mundo, se celebra o acontecimento numa festa carregada de uma riqueza humana inigualável. Ela faz aflorar as aspirações e os sentimentos mais nobres do coração humano: a aproximação entre as pessoas com votos de boas festas, o encontro das famílias, a partilha com os mais necessitados, a fraternidade, a reconciliação e a paz entre as pessoas. Por isso, a festa do Natal faz parte do património humano!

Mas, acima de tudo, a festa de 25 de Dezembro faz memória do nascimento de um Menino. Milhões e milhões de pessoas reconhecem nele o próprio Filho de Deus, “Deus de Deus, Luz da luz”. No Natal celebramos esta vinda de Deus ao coração do nosso mundo: Deus tão humano como nós e, em certos aspectos, ainda mais humano. O acontecimento é único, inaudito, inimaginável: Deus ao nível do homem para elevar o homem à altura de Deus. Por isso, o Natal cristão é, antes de mais, a festa da generosidade superabundante de Deus. É o próprio Deus que se dá a nós para trazer às famílias e aos povos o dom da fraternidade, da concórdia e da paz.

Esta é a mensagem de esperança que o mundo precisa. De facto, nos últimos dias deste ano 2009 pairam, sobre o mundo e o nosso país, nuvens ameaçadoras: os reflexos da crise, o desemprego crescente, as novas situações de pobreza, a corrupção, a quebra de confiança na justiça, a gripe A, as alterações climáticas que ameaçam o nosso planeta... Acrescem ainda os problemas que vivemos nos diferentes momentos do nosso caminho pessoal e familiar. Vamos tomando consciência de que “a sociedade cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos” (Bento XVI, CV, 19).

Neste contexto, a mensagem de fraternidade e de paz que Cristo traz ao mundo chama-nos a viver um Natal diferente. Chama-nos, a uma atitude especial de fraternidade e partilha para nos fazer próximos e ajudar as pessoas e famílias em dificuldade; a novos modos de vida marcados por novas formas de solidariedade e por uma saudável

sobriedade, como estilo de vida atento ao essencial e fora de todo o tipo de excesso no consumo, no endividamento, na escravidão da moda, na ostentação da grandeza e da riqueza, no supérfluo. Sem fraternidade, solidariedade e sobriedade não haverá futuro.

Peçamos pois ao Senhor: Dá-nos, Senhor, neste Natal um coração novo, mais fraterno, solidário e sóbrio, capaz de nos fazer próximos e de partilhar de mãos largas.
Um Natal assim será Natal de esperança!

Desejo a todos os melhores votos de santo, fraterno e solidário Natal e feliz Ano 2010!
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