A festa da Sagrada Família incita-nos a aprofundar o mistério da Encarnação. Em Jesus Cristo, Deus assume a condição humana, tornando-se igual a nós em tudo, menos no pecado. O Deus feito homem nasce, assim, de uma mulher – Maria – e no seio de uma família. Jesus teve de aprender a andar e a falar, precisou do constante amparo de Maria e José nos primeiros anos de vida, enfrentou todas as limitações da finitude humana. E porque de uma verdadeira família se tratava – e não de uma encenação para enquadrar um personagem divino – este é um sinal da importância da instituição familiar aos olhos de Deus. Numa altura em que a família sofre tantos abalos e ataques, a contemplação da Sagrada Família ilumina valores essenciais para a humanidade. Sendo plenamente humana, a família de Nazaré tinha Deus na pessoa de Jesus. O que certamente colocava a Maria e a José alguns problemas e não poucas perplexidades. Ora é admirável a maneira serena, humilde e silenciosa como Maria e José viveram, na fé, o mistério de terem consigo o próprio Deus, naquele menino. Só uma extraordinária fé e um total abandono à vontade de Deus permitiram à família do carpinteiro José uma vida discreta e normal ao longo da infância e da juventude de Jesus.

Sem comentários: