Jesus, caminho para a Verdade ( Homilia do Padre Nuno )



É o rosto sem máscaras de Jesus que São Paulo nos propõe neste Domingo de Carnaval. Com ele, caem todas as máscaras que pomos em nós ou em Deus. Não as máscaras, com que alguém se diverte, como quem joga às escondidas, mas as máscaras do disfarce, da hipocrisia, da imagem, do engano e da aparência.

Paulo, vítima de suspeitas e calúnias, de meias verdades, que eram mentiras completas, defendeu-se, entre os Coríntios, com esta confissão verdadeira: «Deus é testemunha fiel de que a nossa linguagem convosco não é sim e não. Porque o Filho de Deus, Jesus Cristo não foi “sim e não”, mas foi sempre um “sim”» (2 Cor. 1,19-20). Ora, isto nada tem a ver com esta coisa de andar atrás e à frente, de dizer «Ámen» com toda a gente, de ser e não ser, de parecer uma coisa e de ser outra. “Com frequência, a vida perde-se no cinzentismo de quem não se define com clareza, nem se assume com convicção e coerência. Em vez do “Sim” ou “Não” opta-se por um “Nim” que nos paralisa e impede de ser e de agir como devemos.

Aos seus discípulos Jesus ensina o amor incondicional à verdade, quando nos diz: «que a vossa linguagem seja “sim, sim”, “não, não”» (Mt 5,37). Eis porque não posso deixar, neste Domingo, de vos recordar a actualidade do (oitavo) mandamento da verdade, aplicados à nossa vida:

1º Não mentir e viver na verdade.

2º Professar a verdade da fé.

3º Viver na verdade do meu estado de vida e honrar a palavra dada e os compromissos assumidos.

4º Viver na verdade da minha condição social, preferindo a simplicidade de vida, à aparência de grandeza.

5º Praticar a verdade na caridade.

Retiradas as máscaras, depois do Carnaval, entraremos na Quaresma. Será um longo tempo, para desmascarar a verdade da nossa mentira e aprender a caminhar na luz da verdade. «Não há alegria maior para mim do que saber que os meus filhos andam na verdade» (2 Jo.1,4).

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