A Igreja em comunhão


Queridos Padres, convoquei-vos para esta Assembleia para meditarmos, aprofundarmos e sentirmos o mistério que nos une e faz de nós um corpo, o Presbitério de Lisboa: a participação no sacerdócio e na missão de Nosso Senhor Jesus Cristo, que quer já, no tempo histórico, edificar uma Igreja com quem Se identifica, que tornou sacramento de salvação de todos os homens e antecâmara da assembleia escatológica dos redimidos.

(…) Tenho bem presente aquela definição de Diocese, dada pelo Concílio Vaticano II: “Uma Diocese é uma porção do Povo de Deus confiada a um Bispo para que, com a cooperação do seu presbitério, seja o seu Pastor”. Ponhamos os nomes às coisas: esta Diocese é a de Lisboa, o seu Bispo, sou eu há mais de 10 anos; o presbitério sois vós. Em conjunto, como corpo unido, recebemos do Senhor a missão de sermos pastores desta porção do Povo de Deus. Só unidos, como corpo, podemos continuar, na Igreja, a caridade pastoral de Cristo, o Bom Pastor. É como corpo que recebemos essa missão. Numa Diocese, a tal porção do Povo de Deus, não há um pastor principal e pastores secundários. O verdadeiro Pastor é Cristo, que continua a apascentar o Seu rebanho através dos Apóstolos e seus sucessores, e aqueles que, pela imposição das mãos, são agregados a este ministério pastoral. Espero que compreendais que só em conjunto, em comunhão, podemos fazer esta meditação sobre a nossa fidelidade a Cristo e à Igreja.

(…) Caros Padres. Somos assim, somos o Presbitério de que Deus dotou a sua Igreja. Em conjunto procuremos ser fiéis, ousadamente vos digo, procuremos ser santos. Não desistamos, pela vossa atenção ao discernimento vocacional, de garantir o futuro do presbitério. Mas aí está um aspecto em que o testemunho de fidelidade e de paixão pela Igreja, dá mais frutos do que as mais ousadas estratégias de pastoral vocacional. Na nossa paixão pela Igreja demos todos um lugar privilegiado à paixão pelas vocações sacerdotais, na certeza de que nós somos o presente do nosso presbitério e o futuro será dom amoroso de Deus, que nós podemos merecer.

† JOSÉ, Cardeal-Patriarca
III Assembleia do Presbitério, 28 de Janeiro

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